Aniversário do golpe militar de 24 de março de 1976 RAE ARGENTINA AO MUNDO

Campanha em memória dos desaparecidos propoe plantar 30.000 árvores

Alguns dias antes do 45to aniversário do golpe de Estado que arrastou a Argentina para uma das ditaduras mais cruéis, vários grupos estão convidando a plantar 30.000 árvores em homenagem aos desaparecidos.

“Plantamos memória”, dizem uma dúzia de organizações de direitos humanos como as Avós da Plaza de Mayo e as Mães da Linha Fundadora da Plaza de Mayo, que chamaram para plantar essa quantidade de árvores no país para os 30 mil detentos desaparecidos pela última ditadura (1976-1983), e também para o futuro.

Impedidos de realizar a tradicional passeata do Dia da Memória pela segunda vez na história, por conta da pandemia, os coletivos esperam com esta ação no dia 24 de março honrar as vítimas da ditadura sangrenta plantando uma planta num vaso e colocando ela numa varanda, na janela, no jardim, na calçada de cada casa.

'No contexto de uma pandemia que nos impede de realizar reuniões de pessoas, queremos que a memória de nossos desaparecidos transcenda as redes sociais. Neste sentido, estamos pensando em pequenas e cuidadosas ações, para colocar a memória em ação', afirma a chamada.

As organizações de direitos humanos assinalaram numa declaração que a memória, como a semente, vem carregada de futuro.

'Ela contém todas as informações genéticas para se tornar a árvore que bate em seu destino. Em tempos de incêndios, desmatamento e mudanças climáticas, convidamos você a plantar a vida como um ato de memória e futuro', disseram eles.

Depois de ressaltar que a memória de cada detento desaparecido traz consigo o legado da luta por um país mais justo e solidário, grupos como a Assembleia Permanente de Direitos Humanos ou Filhos e Filhas pela Identidade e Justiça chamam a participar do plantio de uma árvore e depois carregá-la em redes sociais com tags como #PlantamosMemoria #45AñosDelGolpeGenocida e #Son30Mil.

45 anos após o golpe de Estado de 1976, esperam-se várias iniciativas nas quais mais uma vez os argentinos construirão Memória, Verdade e Justiça em homenagem às vítimas da ditadura.

Tradução & Locução: Julieta Galván

Web: Julián Cortez