Crimes da última ditadura civil-militar RAE ARGENTINA AO MUNDO

Julgamento conclui com 10 condenações à perpétua na Argentina

A Secretaria de Direitos Humanos informou na quarta-feira que o poder judiciário argentino condenou 19 repressores da ditadura militar a penas que variam de quatro anos a prisão perpétua.

Dez deles receberam prisão perpétua e outros nove receberam sentenças que variam de 22 a quatro anos de prisão. Eles foram considerados culpados dos crimes de privação ilegal de liberdade, tortura, busca e apreensão ilegais, roubo, agressão indecente, estupro e assassinato", disse o secretário da área.

O ex-gendarme Roberto Fusco foi condenado a 10 anos e seis meses, enquanto os ex-policiais Arnaldo Jorge Román e Carlos Daniel Caimi receberam nove e quatro anos de prisão respectivamente, de acordo com as declarações da agência argentina.

O Tribunal Oral Federal nº 1 de San Martin, que emitiu as sentenças, também condenou Santiago Omar Riveros a prisão perpétua por crimes contra a humanidade ocorridos na IV Zona de Defesa do Comando dos Institutos Militares de Campo de Mayo.

Eugenio Guañabens Perelló, Luis del Valle Arce, Luis Sadi Pepa, Carlos Javier Tamini, Carlos Eduardo José Somoza, Miguel Conde e Mario Rubén Domínguez também foram condenados a prisão perpétua.

O julgamento oral e público começou em 29 de abril de 2019. Desde aquela data, mais de 300 testemunhas testemunharam, segundo a secretaria dos ddhh, que descreveu o julgamento como "uma decisão esmagadora que ratifica o papel fundamental desempenhado pelo exército no plano sistemático de violações dos direitos humanos durante a última ditadura civil-militar".

O centro clandestino de detenção e tortura que funcionou no destacamento do Exército em Campo de Mayo (perto da capital federal argentina) foi um dos maiores e mais ferozes da ditadura militar que governou o país entre 1976 e 1983.

Ao todo, segundo estimações das entidades de direitos humanos do país, 30.000 pessoas foram assassinadas no período. Ao redor de 6000 passaram por Campo de Mayo.

 

 

 

 

Texto & Locução: Julieta Galván